- Sam!! - chamei, quando o vi á porta do aeroporto encostado ao seu carro.
- Jake! - sorriu ele, dirigindo-se a nós.
Dei-lhe um abraço e vi a Emily a sair do carro e também a fui cumprimentar. Depois voltei para a beira da Neela, que já tinha sentido que estava numa pilha de nervos.
- Esta é a Neela. - apresentei-a.
- Olá. - disse ela, sorrindo envergonhadamente.
- Prazer em conhecer-te. Eu sou o Sam e esta é a Emily, a minha namorada. - apresentou-se Sam.
- Prazer em conhecer-vos também.
- Bem vamos? O teu pai mal pode esperar que chegues a casa.
- Claro, vamos.
Entramos no carro, com Sam a guiar, Emily no lugar do pendura e eu e a Neela no banco de trás. Conseguia sentir o seu nervosismo, e agarrava a sua mão, tentando mantê-la calma. Achava piada ela estar assim, mas lá no fundo também estava um pouco nervoso. Era a primeira vez que alguém da alcateia tinha marcado alguém sem ser da reserva, portanto completamente ignorante em relação ás nossas lendas.
Passado uns 20 minutos entramos na reserva e eu comecei a ficar super excitado. Tava ansioso para ver os meus pais e o pessoal todo outra vez. Bolas, estava mesmo com saudades daquilo. Neela sorriu ao ver-me tão contente por estar em casa e também ela começou a apreciar o local. Estava igual, nada tinha mudado. Quando Sam estacionou em frente á minha casa, eu e a Neela saimos e retirámos as malas do carro.
- Hoje á noite o jantar é em casa da Sue ok? - disse Sam, abrindo a janela.
- Ok, lá estaremos. - respondi e lá foi ele.
Olhei para Neela e podia ver os seus olhos a brilhar, como se visse algo maravilhoso pela primeira vez.
- Estás bem? - perguntei-lhe.
- É...é tão bonita! - disse, sorrindo abertamente.
- O quê? - estava confuso.
- A tua casa, trengo! - olhou para mim e riu-se da minha lentidão.
- A sério? - observei a minha casa. Achava-a normal, aliás nada de especial.
- Sim, é perfeita. Quem me dera ter crescido numa casa assim. - confessou.
- Ok, acho que estás a delirar, mas obrigado. Anda, vamos entrar.
Antes de chegar ao alpendre da casa, já o meu pai estava a abrir a porta, com um sorriso enorme no rosto. Eu pousei as minhas malas e fui ter com ele, dando-lhe um grande abraço. Tinha tantas saudades dele e ainda me sentia mal por o ter deixado sozinho durante quase um ano. Mas agora estava tudo bem, estava de novo em casa, e ia aproveitar todos os segundos lá.
- Jacob, á quanto tempo filho! Estás maior ou é impressão minha? - perguntou-me, enquanto se afastava para me ver melhor.
- Acho que é impressão tua pai. Já cresci o suficiente não achas? - ri-me.
- Tens razão. E essa amavél rapariga quem é? - perguntou-me, olhando além do meu corpo. Andei até á minha princesa e trouxe-a para junto do meu pai.
- Esta é a Neela. - apresentei. - A minha namorada. - terminei com bastante orgulho naquelas palavras.
- Prazer em conhecer-te querida. Estava a ver que nunca te ia conhecer, o Jacob fala bastante de ti.
- A sério? - olhou para mim sorrindo. - Não sabia que era tema de conversa.
- Pois. - disse, embaraçado.- Bem vamos para dentro?
- Sim, entrem entrem, que está frio. - disse o meu pai, abrindo a porta, enquanto eu e a Neela passávamos com as malas.
Dirigi-me ao meu quarto e abri a porta. Bolas, não me lembrava do meu quarto ser tão pequeno... Pousei lá as malas da Neela e depois virei-me para ela, que esperava na entrada do quarto. Ela parecia não compreender porque estava a levar as malas para ali.
- Vais dormir aqui. - expliquei, saindo do quarto.
- Mas onde vais dormir tu? - perguntou-me.
- No sofá. - respondi com naturalidade. Não era o melhor sitio para dormir mas era melhor que o chão.
- Mas o sofá é muito pequeno para ti, Jake. Amanhã acordas cheio de dores!
- Estás mais preocupada que eu. Não te vou deixar dormir no sofá Neela. - disse-lhe.
- Mas... - começou ela a protestar mas eu rapidamente a calei com os dedos na sua boca.
- Mas nada, está decidido.
Agarrei-lhe a cintura e dei-lhe um leve beijo que a fez perder a linha de raciocinio e não pensar mais no assunto, como era o objectivo. Sorri, porque ela ficava sempre cabeça na lua quando a beijava, tal como eu. Parecia que o resto do mundo simplesmente deixava de existir. Ela rodeou-me o pescoço com os seus braços, tendo de ficar nas pontas dos pés para o conseguir, o que me fez dar uma gargalhada abafada. Ela era de facto um bom pedaço mais baixa que eu mas adorava a sua "pequenês".
- Sabes, por muito que te estiques vais sempre ser mais baixa que eu. - gozei.
- Um dia vou arranjar maneira de ficar mais nivelada. - disse, sorrindo.
- Gostava de ver isso. - ri-me. Eu era cerca de 15 centimetros mais alto que ela, nem de tacões conseguia chegar á minha altura.
- Um dia vais ver.
-Está bem, mas agora vais vestir um belo casaco para irmos para a casa da Sue. Aqui as noites são bastante frias. - avisei-a.
- Vou congelar durante a noite. - disse-me ela, com os seus olhinhos de cachorro.
- Que queres dizer? - perguntei apesar de saber perfeitamente o que ela queria.
- Podias dormir comigo, assim ficava quentinha. - sugeriu, mordendo-me o labio.
- Hum tentador mas acho que não cabiamos os dois na minha cama. - ela olhou para a cama para confirmar.
- Tens razão, mas se os meus dedos dos pés caírem, a culpa é tua.- disse-me espetando um dedo no meu nariz e eu ri-me.
- Ok, ok. - respondi, coçando o nariz. - Vai lá buscar o teu casaco. Espero por ti na entrada.
Larguei-a e dirigi-me para a entrada, onde o meu pai esperava por nós. Sentei-me na cadeira de baloiço com ele ao meu lado. Não foi preciso nenhum de nós falar, estavamos contentes por ter a presença um do outro mais uma vez. Tinha mesmo saudades daquilo. Já não sabia qul era a sensação de me transformar, já não o fazia há quase um ano. Ia aproveitar esta semana para matar saudades, sem dúvida. E esperava contar toda a verdade a Neela também, mas primeiro ela teria de ir a uma festa fogueira, para se familiarizar com as lendas.
Passado cerca de 5 minutos, Neela saiu de casa com uma vestimenta diferente. Estava com umas calças de ganga,umas botas de inverno castanhas, por cima das calças e uma camisola quente, com um casaco de lã comprido por cima, também ele castanho. Eu sorri, ela era bastante friorenta e bem, La Push não era propriamente quente!
Ajudei o meu pai a entrar no carro e fomos para casa da Sue. Quando chegámos lá, já estava toda a gente á nossa espera. A alcateia toda e respectivas namoradas. Peguei na mão de Neela e ela apertou a minha, e entrámos. Toda a alcateia veio logo dar-nos as boas vindas e acolheram a Neela como se a conhecessem á montes de tempo.
Pude perceber que nos primeiros instantes ela estava receosa com aquela recepção mas rapidamente se habitou. Deu-se bem com toda a gente, o que já lhe tinha dito que ia acontecer, mas era bom confirmar que estava certo. O jantar todo foi uma brincadeira, a contar as aventuras todas, sempre tendo o cuidado de não mencionarmos as nossas capacidades de transformação.
(...)
No final do jantar, fui com Neela e com a alcateia até ao jardim das traseiras, deixando os adultos do conselho com as suas conversas. Eu fui divertir-me um bocado com os rapazes, deixando a Neela com Leah.
Neela
Jacob foi jogar basebol com os seus amigos, enquanto eu fiquei com a Leah. Ela pareceu-me bastante simpática, e como eu, não gostava muito de desportos como o basebol. Fomos para uns bancos á beira do alpendre e ficámos a vê-los jogar. Bem na verdade, acho que estávamos atentos aos nossos namorados.
- Então, há quanto tempo namoras com o Jacob? - perguntou-me Leah ao fim de alguns minutos de silêncio.
- Ahm dois meses, mais dia menos dia. - disse, sorrindo.
- Eu namoro com o Liam há coisa de um ano.
- Uau, muito tempo. - disse.
- Sim, mas adoramo-nos, simplesmente não me farto dele. - disse, com um ligeiro brilho nos olhos.
- Ainda bem. Espero que seja assim com o Jake. - desabafei. Leah olhou para mim.
- Já andam com problemas?
- Não, não. - assegurei-lhe. - Aliás, estou cada vez mais caida por ele, mas parece que ele anda a esconder-me alguma coisa, sabes? - não sei porque lhe estava a contar tal coisa, mas acho que me sentia segura a falar com ela.
- Pois, entendo-te, mas tens de lhe dar tempo. Se calhar quer-te contar mas não sabe como. - disse Leah.
- Sim, foi isso que deduzi, por isso ando á espera. - disse, sorrindo.
- Fazes bem.
Continuámos a falar sobre rapazes e como eu sentia pelo Jacob e ela pelo Liam, trocámos conselhos e várias outras coisas. Começava a gostar de Leah, era bastante simpática. Mas por volta da meia noite, os rapazes terminaram o jogo e tivemos de ir para casa. Billy precisava de descansar e sinceramente, a lnga viagem de NY para aqui começava a atacar-me. Sentia-me bastante cansada.
Despedimo-nos de todos e fomos para casa. Durante o caminho passei pelas brasas, mal conseguia manter os meus olhos abertos... Jacob ajudou o pai a sair do carro e depois foi comigo até ao quarto, dizer-me onde podia pôr as coisas.
- E pronto, penso que está tudo. - disse, virando-se para mim.
- Obrigado. - disse-lhe, puxando-o para junto de mim pela tshirt e dando-lhe um beijo.
- Hum vou dormir melhor. - gozou.
- Parvo. - ri-me. - Vai lá, dorme bem.
- Tu também princesa.
E saiu do quarto. Vesti o meu pijama de Inverno e enfiei-me na cama de Jacob. Aconcheguei-me para não arrefecer e fiquei a observar o quarto dele. Sorri, pois devia ser o quarto mais querido em que tinha estado, tinha tudo e mais alguma coisa. Tinha coisas nativo americanas penduradas, posters, Cd's, fotografias dos amigos e da familia. Era sem duvida o seu canto. Fechei os olhos, sentindo-me previligiada de estar naquele local com a pessoa que mais amava neste mundo.
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